segunda-feira, 4 de abril de 2011

Martin Luther King

Martin Luther King, um ícone da luta por igualdade e paz

quinta-feira, by Karina Gama
Foto: Arquivo / FCP
Os ideais de Martin Luther King mobilizaram multidões
Por Karina Miranda da Gama
Martin Luther King Jr. foi um grande líder pacifista. Lutou incessantemente pelos princípios de liberdade e igualdade, e pelos direitos civis na América. Pelo combate pacífico contra o preconceito racial, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Mas a trajetória de um dos mais importantes e respeitados líderes políticos negros foi breve. Luther King foi assassinado no dia 4 de abril de 1968, aos 39 anos, por um branco segregacionista.  
A luta de Luther King pelos direitos civis nos Estados Unidos teve início no episódio conhecido como Milagre de Montgomery, em 1955. Então presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, liderou, junto com os demais membros da comunidade, um boicote às empresas de ônibus da cidade, após um ato discriminatório a uma passageira negra.  
MOVIMENTO – A passageira, Rosa Parks, que se recusou a ceder o lugar para um branco, foi presa por desacato às leis segregacionistas. O episódio colocou a questão racial em debate nacional e gerou um movimento, que durou um ano, para pressionar o Estado a abolir este tipo de segregação. A reivindicação foi acatada pela Suprema Corte Americana, que determinou o fim da discriminação nos transportes públicos.  
King liderou uma série de protestos em diversas cidades norte-americanas contra a segregação racial em espaços públicos e pelos direitos civis do negro. Em 1960, os negros conquistaram o direito de acesso a bibliotecas, parques e lanchonetes. Na década de 60, a questão racial era apenas uma parte da luta de classes nos EUA, além das greves e da luta dos trabalhadores, e da participação dos EUA em golpes e conflitos militares no mundo inteiro.  
MARCHA Em 1963, o ativista político liderou a Marcha para Washington, um movimento de luta pelo fim da segregação racial. O manifesto em prol dos Direitos Civis de todos os cidadãos americanos contou com a participação de mais de 200 mil pessoas. Na ocasião, Luther King proferiu o célebre discurso Eu tenho um sonho, que clamava por uma sociedade de liberdade e igualdade.  
Aos 35 anos, Luther King foi contemplado com o Nobel da Paz, sendo o mais jovem ganhador deste importante Prêmio. A não-violência foi a forma utilizada para articular sua luta, realizada por meio de uma resistência firme, mas pacífica. No entanto, o líder político foi preso por diversas vezes, duramente criticado e sofreu ameaças por seus posicionamentos.  
A batalha de Luther King pelos direitos civis dos negros teve continuidade com a aprovação da Lei dos Direitos Civis, assinada em 1964, que garantia a igualdade de direitos. No ano seguinte, mais uma importante conquista aconteceria: a aprovação da Lei dos Direitos de Voto para os negros. Luther King também lutou em favor de oportunidades de emprego para os pobres no país e, em 1967, uniu-se ao Movimento pela paz na Guerra do Vietnã.  
ASSASSINATO – Martin Luther King foi assassinado no dia 4 de abril de 1968, aos 39 anos, em Menphis. Todavia, sua luta significou um marco histórico na defesa pelos direitos civis de toda a humanidade e pela paz. Seu legado influenciou o fim do Apartheid na África do Sul e permitiu que o mundo assistisse, na primeira década do século XXI, a ascensão do primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América, Barack Obama.  

Temos um sonho e a luta continua!

Manifestações de racismo são constantes na sociedade brasileira e mundial, e ainda assistimos a crimes bárbaros motivados pela questão racial. Os níveis de vitimização de jovens negros são alarmantes, conforme consta no Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil, publicação do Ministério da Justiça e do Instituto Sangari, recentemente lançada (disponível em: www.mapadaviolencia.org.br).  
De acordo com a análise, em todos os dados apresentados, a população negra ocupa os primeiros lugares entre as vítimas por mortes violentas, principalmente os homens negros. “Esta situação está presente em todas as regiões brasileiras, com raras exceções em alguns Estados, e visibiliza um nítido componente racial no perfil de incidência dessas mortes” (trecho do relatório).  
FUNDAÇÃO PALMARES – Neste governo, o cerne da luta contra o racismo é fomentar ações de enfrentamento às violências motivadas pela discriminação, contribuindo para a promoção do direito da população negra à vida. E construir políticas de ações afirmativas para a valorização da cultura negra é o desafio da Fundação Cultural Palmares (FCP), ora sob a presidência de Eloi Ferreira de Araujo.  
Com ferramentas como o Estatuto da Igualdade Racial e a disposição de avançar na transversalidade da cultura com os demais órgãos governamentais e segmentos sociais, os gestores da Palmares desejam promover a identidade dos negros e das negras no Brasil e no mundo. No Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, Luther King inspira o combate à discriminação.  
Violência racial é violação de direitos humanos. Portanto, a luta pela igualdade e pela liberdade não pode parar! 

Luther King, um perfil

Martin Luther King nasceu numa família de negros norte-americanos, em 15 de janeiro de 1929, na parte mais radical do segregacionismo – o sul dos Estados Unidos, em Atlanta. Filho e neto de pastores, cresceu num ambiente de fortes convicções políticas e religiosas, tornando-se pastor batista aos dezenove anos. Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston. Defendeu a luta pela paz e se dedicou à filosofia do protesto não violento, inspirado nas idéias do líder indiano Mahatma Gandhi. 


fonte http://www.palmares.gov.br/?p=9934

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